terça-feira, 15 de março de 2011

LAVRADORES

"O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos." - Paulo. (li TIMÓTEO, 2:6.)

      Há lavradores de toda classe.
      Existem aqueles que compram o campo e expiaram-no, através de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as próprias mãos.
      Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada à ferrugem, cruzando os braços e imputando à chuva ou ao solo fracasso da sementeira que não vigiam.
      Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem qualquer atenção para com os trabalhos que lhes dizem respeito.
      Temos diversos que falam despropositadamente com referência a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frágeis.
      Vemos numerosos acusando a terra como inca- paz de qualquer
produção, mas negando à gleba que lhes foi confiada a bênção da
gota dágua e o socorro do adubo.
      Observamos muitos que se dizem possuídos pela dor de cabeça, pelo resfriado ou pela indisposição e perdem a sublime oportunidade de semear.
      A Natureza, no entanto. retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negação e o desapontamento.
      Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graça do celeiro farto.
      E assim ocorre na lavoura do espírito.
      Ninguém logrará o resultado excelente, sem es- forçar-se, conferindo à obra do bem o melhor de si mesmo.
      Paulo de Tarso. escrevendo numa época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com
as vantagens do fruto.

Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

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